sábado, 10 de novembro de 2012

Cinto Bom ou Cinto Podre?

" Porque como o cinto se apega aos lombos do homem, assim eu fiz apegar-se a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Judá, diz o Senhor, para me serem por povo, e nome, e louvor, e glória; mas não me deram ouvidos." Jr 13:11
O texto que antecede um pouco esse versículo relata uma situação onde Deus faz um pedido um tanto que inusitado ao profeta Jeremias. Ele o pediu que comprasse um cinto de linho e o colocasse sobre os seus lombos. E assim ele o fez. Pela segunda vez Deus falou a Jeremias, só que desta vez Ele o pediu que fosse até às margens do rio Eufrates e escondesse o cinto na fenda de uma rocha; e assim ele o fez. Passados alguns dias, novamente o SENHOR falou a Jeremias dizendo-o que fosse ao Eufrates e tomasse para si o cinto que ele havia escondido. Acho que dessa vez Jeremias pensou: "Só pode tá de brincadeira!". Mas ainda assim ele o fez. Quando chegou ao lugar onde tinha escondido, ele viu que o cinto tinha apodrecido. Então, mais uma vez, o SENHOR falou ao profeta Jeremias, dizendo:
"Desse modo também farei apodrecer a soberba de Judá e a muita soberba de Jerusalém." Jr 13:9
Posso imaginar a tristeza do profeta Jeremias - que inclusive intercede pelo povo no cap. 14 - ao escutar essa declaração do seu Deus. O cinto que o SENHOR havia pedido não era para que Jeremias ficasse mais bonito ao usá-lo, e sim para mostrar a realidade espiritual do povo escolhido, o povo de Judá. Deus tinha todo direito de está zangado, pois este povo maligno caminhava segundo a dureza de seu coração, adorando e servindo a outros deuses (v. 10). O povo preferiu não escutar a voz do SENHOR; ao invés disso eles escolheram ouvir os seus próprios conselhos, criar os seus próprios caminhos, seguir o seus próprios passos. Assim como o cinto apodrecido, para nada prestavam.

Será que isso foi restrito ao povo de Israel? Será que hoje Deus tem se alegrado com a situação da humanidade, que insistem em não fazer a Sua vontade? Podemos fazer algumas aplicações desse texto à nossa vida:

1. Deus quer nos ensinar algo ESPIRITUAL através de situações INUSITADAS.

Deus ainda fala aos nossos corações hoje. São muitas as situações onde Ele quer nos mostrar a Sua vontade, cabe a nós está atento. No caso de Jeremias, Deus quis ensiná-lo algo extremamente importante através de uma ocasião bastante simples. Muitas vezes o SENHOR usa "as coisas loucas do mundo", seja para nos dá um puxão de orelha, seja "para envergonhar os sábios" (I Co 1:27) ou para nos ensinar algo espiritual. É lógico que hoje as coisas são um pouco diferentes, não é mais necessário a revelação direta de Deus aos homens pois nós temos o que é perfeito (I Co 13:10), a Bíblia. Devemos está sensíveis a Palavra de Deus para entendermos o que Ele quer nos ensinar, pois isso pode acontecer em ocasiões onde menos esperamos.

2. Deus quer mostrar a Sua VONTADE em nossas vidas.

O SENHOR ficou muito irado com o pecado de seu povo e por causa de tudo isso Ele DEVERIA destruir a cidade de Jerusalém, para mostrar ao povo o resultado de seus maus caminhos. "Farei de Jerusalém montões de ruínas, morada de chacais; e das cidades de Judá farei uma assolação, de sorte que fiquem desabitadas." (Jr 9:11). A condenação ao povo de Judá seria justa, pois eles fizeram o que era mal aos olhos do SENHOR e não ouviram a Sua voz. Entretanto, o mais interessante desse texto é que Deus NÃO QUERIA destruí-los. Ele deveria, mas não queria. A sua vontade, desde o início, era que o Seu povo se apegasse a Ele e louvassem o Seu nome (v. 11). E o SENHOR expôs essa vontade a Jeremias. Dá mesma forma, Deus quer nos mostrar a Sua vontade, mas muitas vezes nós não queremos ouvir a Sua voz ou não queremos aplicar a Sua Palavra em nossas vida.

3. Que tipo de CINTO você está sendo?

É muito duro receber uma comparação negativa, principalmente quando é o próprio Deus que a faz. Ser comparado com um cinto apodrecido não é uma coisa muito boa. Um cinto podre perde completamente a sua função, além de tornar desagradável a aparência de quem o veste. Judá se tornou esse cinto, e você, que tipo de cinto está sendo? Você está sujando a imagem do nosso Deus, tornando-se um crente sem função, ou está refletindo a "boa aparência" do cristianismo às outras pessoas?

sábado, 29 de setembro de 2012

"Eis que Estou Convosco"

"E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século." Mateus 28:20b
Que promessa magnífica. Que dito confortante. Foi exatamente isso que Jesus disse ao aperecer a seus discípulos logo após a sua ressurreição. Durante todo o seu ministério aqui na terra, Cristo proferiu situações e episódios que haveriam de acontecer consigo mesmo, incluindo a Sua ressurreição. Mas, ao que parece, seus discípulos não davam tanta atenção para estas profecias, a ponto de sempre ficarem surpresos com o cumprimento destas. Antes mesmo de ser crucificado, Cristo já havia se referido ao fato de que não deixaria suas ovelhas a sós:
"Isto vos tenho dito, estando ainda convosco; mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." Jo 14:25,26
O melhor de tudo isso é que não só os discípulos experimentaram essa promessa, mas também todos nós, e iremos desfrutar desse privilégio "até a consumação do século". Temos um companheiro para todas as horas, Jesus Cristo, que se relaciona conosco na pessoa do Espírito Santo. Ele estará sempre disposto a nos ajudar, principalmente naquelas situações mais difíceis, onde as nossas forças insistem em falhar. Creia nessa promessa maravilhosa e entenda que Cristo estará sempre do seu lado. 
"Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo." I Jo 2:1
Muitas vezes, o pecado insiste em perseguir os nossos passos, nos desanimando em nossa caminhada espiritual. Mas Cristo está sempre conosco, disposto a interceder por nossa causa e a nos levantar. Lembre-se: Ele já carregou o seu pecado na cruz, não é mais necessário que você o carregue!

É maravilhoso saber que, além de nos concerder gratuitamente a salvação, Ele SEMPRE estará conosco!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Soberania de Deus - PARTE II

Até então, vimos alguns exemplos que a Bíblia nos mostra que comprovam a existência de um DEUS soberano em nossas vidas. O apóstolo Paulo dedica alguns capítulos, em sua carta aos Romanos, para tratar sobre esse assunto ao povo de Israel. Em A Soberania de Deus - PARTE I, aprendemos que o nosso Deus não falhou em sua promessa, pelo fato de dizer que "nem todos os de Israel são, de fato, israelitas" (9:6). Os judeus - que se gloriavam por serem "guia de cegos, luz dos que se encontram nas trevas" (2:19) e por pertecerem aos "oráculos de Deus" (3:2) - esqueceram que "tanto o judeu como o grego estão debaixo do pecado" (3:9).
 

Nesse estudo, iremos continuar a apresentar algumas outras situações em que o SENHOR mostra a sua soberania aos seu filhos.

2. Deus Não é Injusto, mas Soberano (vs. 14 - 18)

 
“Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus?” (v. 14). O apóstolo Paulo citou algumas situações nos versículos anteriores que podem gerar algumas interpretações erradas. Será que o fato de Deus escolher a Jacó ao invés de Esaú não O torna injusto? Eles nem mesmo haviam nascido ainda! A resposta de Paulo é bastante enfática: “De modo nenhum!” (v. 14). Acima de tudo, o argumento que podemos usar para combater esse tipo de pensamento é o fato de que o nosso Deus foi, é e sempre será justo.

“Deus é fidelidade e não há Nele injustiça; é justo e reto.” Dt 32:4b
Deus não pode cometer atos de injustiça, isso não faz parte de Sua natureza divina. Os outros argumentos são tratados pelo apóstolo Paulo posteriormente.

Primeiro, ele faz referência a uma situação onde Moisés roga a Deus para que lhe mostre a Sua glória. O próprio Deus responde, dizendo: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (v. 15; Êx 33:19). Moisés, um homem escolhido por Deus, não recebeu uma resposta positiva a um pedido pessoal. Não há nada que o homem possa fazer que altere, de alguma forma, a vontade ou os planos de Deus. Isso pode ser aplicado também ao caso dos judeus, que acreditavam que Deus tinha obrigação de cumprir a promessa da forma como eles pensavam que era.

“Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.” Rm 9:16
O homem não tem condições de mover o coração de Deus. Ele é o Rei dos Reis, o SENHOR dos Senhores. Cabe a Ele decidir soberanamente sobre quando e como usar os seus atributos divinos para com os homens.

A seguir, o apóstolo cita um personagem bastante conhecido de todos nós: o Faraó. Sabemos que o povo hebreu estava sendo dominado pelos egípcios; e que Deus enviou a Moisés para resgatá-los de tal escravidão; e que “o SENHOR endureceu o coração de Faraó” (Êx 9:12), mesmo apesar de todas aquelas pragas. Mas algo que muitos de nós não compreendemos é qual foi o propósito de Deus nessa situação.
“Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o Meu Nome seja anunciado por toda a terra” (v. 17).
Um dos aspectos da soberania de Deus é justamente mostrar a Sua glória. Deus age de forma ordenada e precisa para que o Seu nome seja exaltado entre as nações – e foi exatamente para isso que fomos criados: “a fim de sermos para o louvor da Sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo” (Ef 1:12). Somos apenas um instrumento nas mãos do Criador, assim como o próprio Faraó o foi. Muitas vezes a íntima relação paternal que temos com o nosso Deus nos faz esquecer de Sua eterna superioridade e de Sua grandiosa majestade.

REFERÊNCIA
PADILHA, Washington. Exposição da Epístola aos Romanos. Editora Batista Regular, São Paulo, 1989.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

"Tudo é Vaidade"

"(...) vaidade de vaidades, tudo é vaidade." Eclesiastes 1:2b
No mundo em que vivemos hoje existe uma busca desenfreada por sucesso, seja ele profissional, social, amoroso ou, até mesmo, religioso. O homem não mede esforço para conseguir o que sonha, ou o que tem planejado a sua vida inteira, e considera o resultado de seu árduo trabalho um prêmio inestimável. Seus desejos são insaciáveis e suas vontades parecem nunca alcançar um patamar estável. Muitos acreditam que esse estilo de vida é resultado de um grande processo de globalização capitalista e que suas origens são bastante atuais. Mas será mesmo que essa vaidade humana começou apenas há poucos anos atrás?

Vemos nos dois primeiros capítulos do livro de Eclesiastes (escrito a aproximadamente 935 a.C.) uma tese muito interessante que comprova o existência de um desejo de superioridade do homem. O sábio Rei Salomão esforçou-se para compreender a atitude humana e chegou a seguinte conclusão:
"Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento." Ec 1:14
Independente da motivação que levava o homem a realizar tal coisa, o resultado do seu trabalho era a pura vaidade. "Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?" (Ec 1:3). O trabalho do homem não lhe garante nenhum benefício real, a não ser a satisfação de suas vaidades. Até mesmo os atos mais nobres, como conhecer a sabedoria - onde o próprio Salomão o fez -, estavam incluídos nessa teoria:
"Apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a saber o que é loucura e o que é estultícia; e vim a saber que também isso é correr atrás do vento." Ec 1:17
Quão miseráveis somos! Será que não há nenhuma motivação ou nenhum trabalho que o homem se contente em fazê-lo, que não seja pela pura vaidade? Claro que sim! "Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que Lhe agrada (...)" Ec 2.26. O homem por si só não teria prazer em seu trabalho, mas considerando as motivações divinas, Deus o abençoa em suas responsabilidades. 
"Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isso vem da mão de Deus, pois separado Deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se?" Ec 2:24,25
A nossa dependência para com Deus é muito clara. Qualquer outra motivação se evidencia puramente em satisfazer desejos humanos. Que possamos buscar no SENHOR o conforto para as nossas vidas, e realizar com zelo os nossos compromissos, cientes que dependemos completamente Dele!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Guardar a Palavra de Deus. É necessário!

"Filho meu, guarda as minhas palavras e conservas dentro de ti os meus mandamentos." Provérbios 7:1

Este é um conselho que vemos repetidas vezes durante grande parte do livro de Provérbios, e se fôssemos citar todos os versos que falam sobre isso, gastaríamos um bom tempo. O rei Salomão escreveu estes textos, possivelmente, para o seu filho, ensinando-o o caminho em que deveria andar. Creio completamente que os autores bíblicos foram usados por Deus para escrever seus textos (ou cartas) e que, assim como Salomão queria ensinar a seu filho, Deus quer nos ensinar hoje através da sua Palavra. Ele nos diz: "guarda as minhas palavras e conservas dentro de ti os meus mandamentos". Mas por que devemos guardar a Sua Palavra, ou os Seus mandamentos? Fazendo essa pergunta, me vem a memória algumas respostas:

1) Porque ela (a Sua Palavra) é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça. (II Tm 3:16,17)
A Bíblia é repleta de ensinamentos onde podemos ser corrigidos através do agir do Espírito Santo em nossas vidas. Através do estudo das Escrituras o homem é " perfeitamente habilitado para toda boa obra" (v. 17).

2) Porque ela nos afasta do Pecado. (Sl 119:11)
Aquele que é verdadeiramente salvo não deseja desagradar a Deus, e isso implica uma vida separada do pecado. O salmista nos ensina nesse verso que, guardando os ensinamentos divinos em nosso coração, não iremos pecar contra Deus. Que ensinamento maravilhoso!

3) Porque ela tem as Palavras da vida eterna. (Jo 6:68)
Acredito que esse é o motivo principal para o homem guardar os ensinamentos divinos em sua vida: para a sua própria salvação. O plano salvífico de Deus está diretamente explícito na Bíblia. Ela é capaz de mostrar a condição do homem e a sua necessidade de salvação. Jesus disse que "quem crer na minha Palavra e crer naquele que me enviou tem a vida eterna" (Jo 5:24).

Não encare o conselho de Deus, mostrado no início dessa reflexão, como uma forma de você viver bem consigo mesmo aqui na Terra, mas entenda como a única forma de viver de um modo que O agrade!

sábado, 11 de agosto de 2012

A Soberania de Deus - PARTE I

A soberania de Deus é um assunto bastante interessante e muito polêmico também. Apesar da grande diversidade de denominações cristãs que existem por aí, um dos ensinamentos que não podem ser contrariados é o fato de que o nosso Deus é soberano em toda a sua vontade. Isso porque a própria Bíblia nos revela este atributo divino. Muitos cristãos creem na soberania de Deus, mas não procuram estudar, ou pelo menos, entender o que a Bíblia fala sobre essa questão. Neste esboço, iremos nos basear no texto de Romanos 9 para tentar entender um pouco mais sobre esse assunto, que é alvo, muitas vezes, de interpretações equivocadas.

1. Deus não tem faltado a sua Promessa (vs. 6-13)

Neste texto vemos um problema que o apóstolo Paulo está tratando com os judeus e que é, sem dúvida, um dos assuntos principais quando se refere à salvação do povo de Israel. Os judeus acreditavam que, pelo simples fato de pertencerem a “raça eleita”, estavam salvos de seus pecados. Deus havia feito uma promessa com Abraão e então todos os seus descendentes (Israel) estariam salvos, independentemente do estilo de vida em que viviam, pois, querendo ou não, estavam sob a promessa de Deus. Vemos o exemplo de Nicodemos, que realmente acreditava nisso, na ocasião onde foi ter com Jesus em Jerusalém (João 3).

Paulo responde a esses questionamentos dizendo que “nem todos os de Israel são, de fato, israelitas” (v. 6). Ou seja, nem todos os que são judeus estão debaixo da promessa de Deus. Ele exemplifica essa situação dizendo que “em Isaque será chamada a sua descendência” (v. 7), referindo-se ao fato de que se nem todos os filhos de Abraão pertencem à promessa, muito menos todos os judeus estariam salvos por ela. O que Paulo estava querendo ensinar era que a salvação dos judeus não estava no fato de terem nascido em Israel, ou pelo fato de pertencerem a descendência de Abraão.
“Filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa” (v. 8).
Vemos no versículo 9 a primeira referência a soberania de Deus. Apenas os descendentes de Sara seriam herdeiros da promessa. Mas por que Deus escolheu os filhos de Sara para serem os herdeiros? Porque Ele quis! Para mostrar que não é pela geração física que faz do homem um participante das bênçãos de Deus, e sim o fato do próprio Deus escolher! Nos versículos seguintes vemos outro exemplo bíblico que nos mostra a soberania de Deus: o caso de Jacó e Esaú. A Bíblia nos diz que “não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama)” e o próprio Deus declara:
“Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú.” (v. 11). 
A escolha de Jacó ao invés de Esaú nos ensina que as obras não interferem na soberana vontade de Deus, pois eles nem haviam nascido ainda. Deus assim o fez para que o seu propósito quanto à eleição prevalecesse.

Este é o primeiro aspecto que podemos ver sobre a soberania de Deus. A vontade e ação divina são independentes de qualquer ação ou posição racial do homem. Vemos a soberania de Deus na eleição, onde Ele chama quem quer, e ao que Ele não quer, não chama. Nos próximos estudos abordaremos outros aspectos relacionados a esse atributo do Senhor.


REFERÊNCIA
PADILHA, Washington. Exposição da Epístola aos Romanos. Editora Batista Regular, São Paulo, 1989.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Viver pela Graça


      - Leitura em I Pe 1:3-12.


O texto referido acima fala sobre algo extremamente maravilhoso: a graça de Deus. Esse é o tema central dessa Epístola de Pedro (5:12). Deus, em sua muita misericórdia, nos deu vida e esperança para vivermos de modo digno do Senhor (Cl 2:10). Sim, esperança, pois nós estávamos mortos em nossos pecados, mas a graça de Deus se manifestou abundantemente sobre a nossa vida (Rm 5:20), de modo que esperamos um dia desfrutar de uma herança incorruptível reservada nos céus para nós (v. 4)! Isso é graça: receber um presente sem nem mesmo merecê-lo! E essa é a graça que nos salvou, como diz nos versos 10 e 11.
Uma vez salvos, os versículos seguintes do capítulo 1 de I Pedro nos mostram como viver pela graça de Deus. Vejamos os seus ensinamentos.

1.      Viver em Santidade (vs. 13-16)

Neste trecho, o apóstolo Pedro nos dá três meios onde podemos viver em santidade. Vamos ver cada um deles:
·         - Cingir o vosso entendimento (v. 13): Significa “cercar” o nosso pensamento com as coisas espirituais, não dando espaço para a carnalidade. “Habite ricamente em vós a palavra de Cristo, (...)” Cl 3:16. É necessário investir mais tempo com a leitura da palavra de Deus para está preparado contra as ciladas de Satanás (Tg 4:7). Através da Bíblia o nosso entendimento e a nossa mente são transformados, vemos isso em Romanos 12:2;
·         - Não vos amoldeis às paixões (v. 14): Para vivermos em santidade, devemos está livre do pecado que anteriormente nos cercava. Somos uma nova criatura, não estamos mais sob o domínio do pecado. Ver Rm 6:1,2. Vimos que a graça de Deus é muito maior do que o pecado que cometemos, mas isso não é desculpa para continuarmos no pecado. O apóstolo Paulo nos fala em Gl 5:16,17 sobre a guerra que existe entre a carne e o Espírito e entendemos que não existe empate nessa batalha. Só um pode sair vitorioso, e nesse caso, sempre será o mais forte.
·         - Porque Ele é santo (v. 15): Quando aceitamos a Cristo, temos total identificação com a Sua morte e Sua ressurreição. É exatamente o que diz em Rm 6:4 – “Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.” Essa identificação deve nos levar a um estado de santidade, pois o nosso Deus é santo.

2.      Viver em Temor (vs. 17-21)

De acordo com o texto entendemos que viver em temor significa viver em eterna gratidão por ter a graça de Deus nos alcançado. O precioso sangue de Cristo, sem defeito e sem mácula, foi derramado na cruz para nos salvar. Não existe outro pagamento que seja suficiente para remir os nossos pecados, nem mesmo “a prata ou o ouro” (v. 18). “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor,” é o que diz em Cl 1:13. A palavra “temor” não significa que devemos viver com medo de Deus. Veja II Tm 1:7. Devemos viver em reverência a Palavra de Deus.

3.      Viver em Amor (vs. 22-25)

O amor é algo essencial na vida de um cristão. O apóstolo João faz algumas referências ao amor e a comunhão dos irmãos como algo que prova o novo nascimento. “Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outro (...)” I Jo 1:7. Da mesma forma, o apóstolo Pedro, parafraseando o v. 22, diz: Se vocês andam nos caminhos do Senhor, obedecendo à Verdade, amai-vos uns aos outros! O próprio Cristo também disse isso em Jo 13:35.
Devemos também viver em amor e em completa confiança na palavra de Deus, pois ela permanece eternamente (v. 23). O homem e toda a sua glória são como a erva, completamente passageira e vulnerável ao tempo. O nosso prazer deve está na lei do Senhor, assim como o salmista, quando diz: “Quão doces as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca.” Sl 119:103.

sábado, 4 de agosto de 2012

A Loucura da Cruz

"Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus." 1Co 1:18

Algum tempo atrás li esse texto e refleti um pouco sobre a grande verdade que ele trata. A Bíblia foi escrita a mais de 2000 anos e ainda assim trata de assuntos atuais (interessante, não é?). O apóstolo Paulo, que escreveu esse verso, se deparou com pessoas que não acreditavam no sacrifício de Jesus Cristo na cruz para salvar o pecado da humanidade. Para eles isso era loucura. Meus amigos, muitas pessoas hoje em dia não querem admitir que Cristo veio ao mundo para nos salvar e, não apenas isso, não querem acreditar no nosso Deus, o Rei dos reis, que criou todo o universo. Isto é fato, e é triste. Não quero julgar ninguém, muito pelo contrário, quero apenas expor a vocês a CERTEZA que eu tenho sobre a mensagem do evangelho.
Veja o que Cristo fala sobre isso:

"Portanto, todo aquele me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante do meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai..." Mateus 10:37

A mensagem da Bíblia às vezes é dura e, por isso nós não queremos acreditar. Mas ela nos conforta, quando diz que a mensagem da cruz é poder de Deus para a nossa salvação!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A Dependência no Senhor

"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." Salmos 127:1

Esse texto nos mostra o quão fraco e, ao mesmo tempo, o quão dependente do Senhor nós somos. Não conseguimos nem construir uma simples casa, senão pela graça de Deus. É claro que essa dependência tem um sentido completamente positivo, pois externa o nosso pensamento sobre a soberania do nosso Deus e também a confiança que devemos ter no Seu nome. A confiança em Deus deve ser absoluta, a ponto de entregarmos todos os nossos caminhos a Ele, como diz em Sl 37:5.
Outro aspecto relacionado a dependência de Cristo em nossas vidas é no resutado do nosso serviço a Deus. Veja o que Cristo diz, em seu evangelho segundo João:

"(...) Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanercedes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. (...)" João 15:4,5

Não podemos obter êxito em nosso serviço a Deus se não estivermos "ligados" a Fonte da Vida, que é Jesus Cristo. Muitas vezes vemos pessoas engajadas em serviços na Igreja local e acreditamos que sua ajuda é extremamente importante para a manutenção da obra do Senhor. Mas uma coisa é certa: sem um relacionamento diário e uma dependência total em Cristo, nossas obras não produzirão "frutos". Eles podem até ter o desejo de  limpar o templo e ajudar no louvor todos os domingo, mas se o Senhor não estiver no centro de suas vidas, em vão é a sua obra.
A dependência no Senhor é uma questão de SERVIÇO!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A Segurança da Salvação

1. A condição do homem antes da Salvação (Romanos 1:18-23)

A ira de Deus se revela contra o pecado dos homens (v. 18)
Deus, por ser justo (Dt 32:4), revela a sua ira diante dos homens por não honrá-lo. Todos nós estávamos debaixo da ira Deus, antes de mantermos comunhão com Ele através de Jesus. Ler Naum 1:2-6.  No texto de Naum, Deus demonstra a sua ira contra o povo de Nínive e, por isso pretende exterminá-los. Semelhantemente nós, quando separados de Deus, estávamos sob a sua ira.
Deus nos manifesta a Sua existência (v.19)
Uma das provas de Sua existência é a própria criação (Sl 19:1). Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, ou seja, a criatura é o reflexo do seu criador. O homem necessita de uma divindade, pois o próprio Deus plantou isso no seu coração (Ec 3:11a). O fato de não honrar a Deus não é desculpa (v.20) e receberão o justo juízo (II Ts 1:7-9).
Deus castiga o homem pelo seu pecado (vs. 28-32)
A ira de Deus é manifesta através de um castigo no tempo presente. Deus castiga o pecado com o próprio pecado. Nesse texto, Paulo destaca a palavra “entregou” (vs. 24,26 e 28), que conota a ideia de um juiz que entrega o réu nas mãos do carrasco para ser morto. O próprio Deus os entrega ao pecado, eles não têm escolha, tornam-se escravos de suas concupiscências.  Na sociedade atual, quais são as pessoas que vivem desse modo?

2. A justificação do homem (Romanos 3:21-26; 5:1-11)

Deus manifesta a sua justiça (v. 21)
Em meio a tanto pecado e impiedade, Deus manifesta a sua justiça ao homem. Mas afinal, qual seria a nossa sentença de modo que Deus continuasse a ser justo? A condenação!  Deus seria justo em nos condenar por causa do nosso pecado, mas pelo fato de ter Cristo morrido por nós (Rm 5:8), a justiça de Deus está satisfeita. Ver os versos 24 e 25. A justiça de Deus se manifestou na redenção de Cristo na cruz. Naquele instante, Cristo merecia morrer por está carregando o nosso pecado. Deus foi justo em condená-lo à morte e por isso Ele seria injusto em nos punir pelos nossos pecado, uma vez que fomos lavados pelo sangue do Cordeiro. Essa justiça é estendida a todo aquele que crer no sacrifício de Jesus.
Os benefícios da justiça (5:1)
Estávamos sob a ira de Deus e agora, sendo justificados, temos paz com Deus por meio de Jesus Cristo (v.1). Se anteriormente, fomos salvos da ira de Deus, muito mais agora, sendo justificados, seremos salvos. Não experimentaremos mais a ira de Deus em nenhum instante, muito menos no período da tribulação (I Ts 1:10). Fomos reconciliados com Deus e, por isso, devemos nos gloriar Nele (v. 11).

3. A segurança da salvação (Romanos 8:35-39)

Justificados mediante Cristo Jesus, não temos mais nenhuma condenação perante Deus (v. 1), ninguém pode nos separar do Seu amor (v. 35). Os nossos pecados anteriormente nos separavam de Deus (Is 59:2), mas recebemos a reconciliação através da redenção de Jesus (Rm 5:11). Uma vez unidos temos a certeza de que nada irá nos separar (v. 38,39) e o próprio Cristo confirma isso em João 10:28. Além disso, recebemos a promessa de que Cristo virá nos buscar e irá nos preparar um lugar junto ao Pai (Jo 14:2,3). Que maravilha! Passamos de miseráveis para herdeiros de Deus.

Apresentação

Olá irmãos e amigos! Utilizarei este meio para compartilhar um pouco dos meus estudos e devocionais bíblicos. Deus abençoe a todos.