quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A Sinfonia do Pecado - Parte II


2) A Melodia Divina - Gn 4:6

 Agora Deus entra em cena. A música, que antes era atemorizante e melancólica, passa ter uma sonoridade mais alegre. Muda de um tom menor, para uma tonalidade maior. Notas harmônicas, ao invés de notas dissonantes. Começa, então, a soar uma melodia divina nos ouvidos de Caim; um compasso de esperança para algo que parecia consumado. É isso que acontece quando Deus decide intervir sobre o pecado do homem.
Ao meditar sobre esse texto, me veio a seguinte questão: “Por que Deus resolveu orientar Caim sobre o seu comportamento”? Primeiramente, é importante destacar que Deus não se rebaixou ao exortar Caim, como muitos podem pensar. Isso não foi algo que expôs a fraqueza dEle; não era uma súplica para que a sua criação fizesse a Sua vontade. Deus é soberano e poderia muito bem manipular todas as coisas de modo que todos agissem como marionetes em Suas mãos. A intervenção divina não mostra Deus como um fraco, que não tem poder para convencer o homem; nem mostra Deus como um manipulador, que rege todas as decisões da humanidade. A questão é que Deus é santo, Ele não pode conviver com o pecado. Deus com certeza sabia o que passava pela mente e coração de Caim. Sabia que o pecado estava tomando posse. O “Por que” de Deus não é algo inocente, e sim uma retórica soberana. O propósito do SENHOR foi mostrar a Caim a sua situação e oferece-lo uma oportunidade para livrar-se da destruição do pecado.
Deus sempre fez questão de intervir sobre o homem, seja para juízo ou para salvação. Quando a humanidade estava indo por água abaixo, Deus resolveu mandar água (dilúvio) para acabar com a perversidade humana e ofereceu livramento para alguns; Ele providenciou salvação para Isaque quando Abraão estava prestes a sacrificá-lo; mostrou a Ló o juízo que viria sobre as cidades de Sodoma e Gomorra; enviou o seu único filho para ser sacrificado, proporcionando a redenção de todo aquele que depositar a fé em tamanho sacrifício!  Deus sempre tratou de mostrar ao homem o caminho certo. Ele sempre providenciou um outro caminho além daquele que traz destruição. Até mesmo nas provações, permitidas por Deus, somos livrados [se aprovados] pela Sua mão poderosa! E ainda, de brinde, exercitamos a paciência e a perseverança (Tg 1:2; Rm 5:3,4).
Satanás, por sua vez, tenta, de todas as formas, derrubar o homem. Ele aproveita-se da situação pecaminosa que o homem se encontra para destruí-lo. Por meio do pecado, ele até se aproveita de algo santo, como a Lei, para despertar no homem toda a sorte de concupiscência (Rm 7:8)! Paulo o chama de “o Tentador” em I Tessalonicenses 3:5. Até o próprio Jesus foi tentado, enquanto estava no deserto! Essa é uma grande ferramenta que Satanás usa para tentar frustrar os planos de Deus. Sabemos que ele não pode atuar de forma plena na Terra, porque existe algo que o detém (II Ts 2:7), mas isso não o impede de tocar umas “musicazinhas”! O SENHOR permite que Satanás opere assim. Ele não pode criar uma situação que leve o homem a pecar, mais pode permitir que Satanás o faça. Será que Deus é infiel por permitir isso? Muito pelo contrário. Mesmo permitindo isso, Ele nos diz que “não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (I Co 10:13, grifo meu). Deus é fiel quando, mesmo permitindo que sejamos tentados, Ele mesmo providencia uma maneira nos livrar!
O versículo 7 de Gênesis 4 é bem difícil de entender. Deus parece dizer algo sobre como Caim deve se comportar, mas o texto não perece ser claro quanto à natureza desse comportamento. Se tentarmos ler o texto original [em hebraico], só vai piorar! Está mais ou menos assim: “Não é que, se ages bem, elevação, e se não ages bem, à tua porta o pecado (fem.) dormindo (masc.) e para ti sua (masc.) cobiça e tu o dominarás”. Alguns estudiosos inclusive creem que o texto original tenha sido modificado na transcrição dos manuscritos. Um comentarista interpreta esse texto da seguinte forma: “Se fizeres bem, em lugar deste semblante abatido, naturalmente erguerias a cabeça e terias um semblante alegre como aqueles que agem com propósitos elevados. Mas se não fizeres o bem, e continuares alimentando ódio contra teu irmão, por sua oferta ser aceita e a tua rejeitada, o pecado descerá à tua porta como um animal feroz por sua presa. Serás infalivelmente uma vítima de tua pecaminosa paixão. O pecado deseja dominar-te, mas não deves temê-lo porque o Senhor te concederá poder para enfrentá-lo e sair vitorioso.” Independente a interpretação deste texto, a grande questão é que o SENHOR nos dá uma saída; sempre deu e sempre dará!
Aplicação: Deus deu uma grande oportunidade para que Caim tapasse os ouvidos à melodia de Satanás. Não é novidade para ninguém o fato de que Caim na verdade tapou os ouvidos à voz de Deus. O pecado é algo destrutivo e entristece a Deus. É uma oportunidade para Satanás dizer a Deus: “Olhe aí, na igreja é um santo; mas fora dela é um dos meus”. Nós somos filhos da luz e devemos viver de acordo. Quando estiver em uma situação de perigo, quando perceber que o pecado jaz à porta, procure ver a saída que Deus providenciou para você. Mantenha os ouvidos atentos à melodia divina, porque ela será capaz de te livrar da destruição. Nessas horas, a voz de Deus parece ser menos audível que a de Satanás. Mas uma coisa eu te digo: treine os seus ouvidos espirituais para escutar os sons mais graves!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A Sinfonia do Pecado - Parte I


1) O Prelúdio do Pecado - Gn 4:6
Gênesis 4:6, 7 – “Então lhe disse o SENHOR: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o teu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”. 
Em minha igreja, sempre tivemos o costume de iniciar o culto de domingo à noite com um prelúdio; que nada mais é do que um momento em que entoamos um cântico para, então, dar sequência a programação. Entendemos que esse momento é uma oportunidade para os irmãos prepararem os corações e voltarem toda a atenção para o louvor a Deus. Entretanto, não é somente na igreja que percebemos essa “estratégia”. Satanás, de algum modo, entoa um belo prelúdio para entorpecer os nossos corações e concentrar o nosso desejo somente naquilo que desagrada a Deus. Foi isso que aconteceu com Caim.

No fim de uns tempos (v. 3), Caim e seu irmão Abel foram à presença do SENHOR para dedicarem as suas ofertas. Abel trouxe das primícias do seu rebanho (v. 4), enquanto que Caim trouxe do fruto da terra (v. 3). E confesso que era de se esperar; afinal de contas Abel era pastor de ovelhas e Caim era lavrador (v. 2)! Seria muito conveniente para ambos trazerem ofertas ao Senhor daquilo em que tinham mais habilidade. Também acredito que os dois trouxeram os seus melhores manjares. Entretanto, Deus não enxerga dessa forma. Ao entregarem suas ofertas, a Bíblia nos diz que Deus agradou-se de Abel, mas não de Caim. O mais interessante é que o SENHOR viu o coração do ofertante e, por isso, deu o Seu veredito sobre a oferta (vs. 4, 5). Deus agradou-se de Abel e por isso a sua oferta foi agradável, enquanto que a oferta de Caim foi recusada porque o seu coração desagradou a Deus. Por mais bem preparada e perfeita que estivesse, a oferta de Caim não seria aceita. Não se trata do tipo de oferta, e sim da intenção do coração.

É óbvio que Satanás não perdeu tempo. Aproveitando todo esse contexto de reprovação, ele começa a entoar uma música que chega até aos ouvidos de Caim. Soava como uma mistura de ira com inveja que resultava em algo que desfigurava, inclusive, o seu semblante. Isso é um sinal do domínio pelo desejo pecaminoso! Imagine um gato completamente hipnotizado ao contemplar um peixe em um aquário. É assim que o homem fica quando está prestes a pecar. Não quero entrar na discussão se Caim já havia pecado a essa altura – pois Cristo nos diz que a ira contra outra pessoa traz condenação (Mt 5:22). A grande questão é que Caim estava dominado pelo desejo de pecar, e parece não existir outra opção senão o pecado! É semelhante à história de Eva, quando contemplava o fruto proibido (Gn 3:6); ou de Davi, enquanto espiava Bate-Seba (II Sm 11:3). Todos eles cantavam, em coro, enquanto o diabo regia!

Quando estamos nessa situação, parece que Deus é apagado da nossa memória! Não nos lembramos das Suas maravilhas, bênçãos e atributos divinos que nos ajudam a viver em comunhão com Ele. Muitas vezes, não conseguimos lembrar nem de um versículo que poderia nos afastar da situação de perigo! Caim conhecia muito bem a Deus, pois provavelmente Adão o teria instruído sobre tudo. Com certeza Caim sabia sobre o pecado, e que era algo que desagradava a Deus. Ele poderia muito bem ter chegado a Deus e pedido ajuda; mas não! Foi necessário o próprio Deus intervir para tentar convencê-lo sobre a destruição que o seu pecado poderia causar [iremos falar mais a frente sobre isso]. O simples conhecimento de Deus não livrou Caim de cair em pecado! O verdadeiro conhecimento de Deus é regado com o temor a Ele. “Então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus” (Pv 2:5). Caim não temia a Deus, por isso pecou.


Aplicação: Se você não teme verdadeiramente a Deus, também irá pecar. O pecado é algo que nos faz regredir em nossa caminha cristã. Pense bem: nós, antes de aceitarmos a Cristo, vivíamos dominados pelo pecado. Obedecíamos as suas paixões e estávamos servilmente sujeitos à sua vontade (Gl 4:3); e por isso, o príncipe da potestade do ar era o nosso regente (Ef 2:2). Quando aceitamos a Jesus, somos libertos do domínio do pecado (Rm 8:2) e o nosso regente passa a ser o nosso Deus (Gl 4:7). Somos chamados de Seus filhos! Sabendo disso tudo, quando nos encontramos em uma situação de um aparente domínio pelo pecado, é como se regredíssemos para um estágio completamente afastado de Deus; aquele estágio de perdição! Quando o pecado bater a porta, como fez com Caim (Gn 4:7), devemos nos apegar a Deus, e não esquecer as suas maravilhas! Devemos nos manter surdos ao prelúdio tocado por Satanás!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A (Segunda)² Vinda de Cristo

Ultimamente, tenho voltado a minha atenção ao estudo dos acontecimentos do povir, para fundamentar biblicamente a minha fé na doutrina escatológica da vinda de Cristo. Infelizmente, esse tema tem divido muitas denominações cristãs e impedido o crescimento saudável do corpo de Cristo. Sei que o meu pouco estudo não será suficiente para convencer a todos sobre a minha posição exegética, mas isso não é suficiente para me acomodar a ponto de, simplesmente, aceitar o que os grandes teólogos dizem a esse respeito. Isso não tira o meu ânimo de continuar estudando e buscando entender o que Deus tem preparado para nós.
Certa vez, estive discutindo sobre o texto de Mateus 24 [o Sermão Profético], onde o próprio Cristo revela aos discípulos o que irá acontecer nos últimos tempos. E entre as linhas de seu discurso, Ele fala sobre a sua vinda! O que mais me chamou a atenção foi a dualidade do caráter de seu regresso, exposto de forma tão clara. Vamos ver o que a Bíblia fala sobre esse fato:

1) Uma vinda repentina e silenciosa
Jesus compara o seu retorno a um assalto. Da mesma forma como um ladrão vem à noite - de uma forma completamente silenciosa e desapercebida - para roubar, assim será o retorno do Senhor. Impossível sabermos a hora exata que um ladrão virá ao nosso lar para nos roubar. Ele seria muito tolo se desse algum sinal antes aparecer, pois "se o pai de família soubesse a que horas viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa" (Mt 24:43).
Jesus também compara o seu retorno ao julgamento diluviano. Enquanto Noé construia a arca, o povo vivia dissolutamente - multiplicando o pecado sobre a Terra e ensurdecidos à voz do Senhor - quando foram acometidos repentinamente pela vinda das águas do dilúvio. Não quero entrar na discussão sobre a semelhança entre o dilúvio e a Grande Tribulação, pois não foi essa a intenção de Cristo. O que Ele quis ensinar é que "a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai."
Não há sinais ou nada que possa nos garantir que Cristo vem amanhã ou daqui a mil anos. O que nós sabemos é que a sua vinda é iminente e que nós devemos está vigilantes para não sermos pegos de surpresa. E, de acordo com o texto lido, o seu retorno será silencioso e repentino, tal como um ladrão na noite.

2) Uma vinda sinalizada e evidente
No versículo 29 de Mateus 24, Jesus fala ainda sobre a sua vinda. Ele nos diz que logo após a tribulação - referente aos versículos anteriores e vista em detalhes no livro de Apocalipse - o Filho do Homem virá sobre as nuvens com poder e muito glória e todos os povos o verão (Mt 24:30). Inclusive, Cristo disse que durante a tribulação, muitas pessoas testemunharão falsamente que verão o Messias no deserto, ou algo do tipo. Entretanto Ele nos diz que o seu retorno será como um relâmpago que sai do oriente ao ocidente, algo completamente visível e audível por toda a humanidade, e não somente por alguns poucos.
Cristo nos dá alguns sinais de sua vinda. Primeiro, sabemos que ela acontecerá depois da Grande Tribulação, como já dissemos anteriormente. Segundo, Cristo nos diz que antes que Ele venha, "o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes dos céus serão abalados" (Mt 24:29). Todas essas coisas servirão de sinais que precederão o seu retorno, como ele mesmo diz.
Diante dessas coisas, o retorno de Jesus será algo calculável - pois os sinais dirão o tempo que Ele irá voltar - e visível a todos os homens.

Perceberam a dualidade? A vinda de Cristo será repentina e silenciosa, mas também será sinalizada e evidente. Dessa forma, como interpretar o texto Bíblico? Se a Sua vinda será cheia de sinais, como um relâmpago, por que Cristo se referiu a uma vinda repentina, como um ladrão na noite? Para mim é óbvio que a segunda vinda de Cristo acontecerá em dois momentos distintos. No primeiro deles, Cristo virá silenciosamente, nos ares (I Ts 4:17), para arrebatar a sua Igreja. Não há sinais para essa vinda, será algo repentino. E no segundo, Cristo virá com grande glória para reinar diante dos povo e julgá-los com retidão. Essa vinda será cheia de sinais e todo olho O verá.
O texto bíblico é claro, basta enxergar as evidências!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Graça de Pregar, de Graça, o Evangelho!

"Nesse caso, qual o meu galardão? É que, evangelizando, proponha, de graça o evangelho (...)" I Coríntios 9:18
Paulo estava passando por uma situação difícil para com os irmãos em Corinto. No início do capítulo 9, vemos o apóstolo argumentando sobre o seu ministério e os bons resultados que ele teve com os corintios. Paulo levou o evangelho àquela cidade e colheu muitos frutos para o Senhor (9:1). Entretanto, parece que isso não foi suficiente para que o coração dos irmãos em Corinto se movesse para contribuir com o ministério de Paulo. Com isso, o apóstolo argumenta biblicamente (9:9,13) que todos o que vivem do ministério devem ser sustentados pelo ministério, não exigindo dos irmãos em Corinto que esse direito fosse aplicado a ele mesmo (9:15). Paulo estava "pregando de graça" àqueles irmãos, e ele tinha bons motivos para isso. Vamos analisar, através da vida de Paulo, a graça de pregar o Evangelho de Cristo!

O primeiro motivo pelo qual Paulo não exigia dos irmãos que contribuíssem em seu ministério era a sua preocupação com o progresso do evangelho.
"Entretanto, não usamos desse direito; antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao evangelho de Cristo" I Co 9:12b
Paulo sabia que se ele condicionasse a sua pregação somente na presença de uma contribuição, o evangelho seria impedido de progredir. A Paulo foi confiado o ministério de levar o evangelho até aos confins da Terra. Imagine se ele cobrasse um cachê para cada viagem que ele fosse fazer? Provavelmente não haveria contribuição, as viagens não aconteceriam e o evangelho não chegaria aonde chegou. Em II Co 11 vemos uma lista de dificuldades que o apóstolo encontrou em seu ministério. Será que uma simples falta de contribuição seria suficiente para intimidar o apóstolo a continuar a sua jornada? O desejo de Paulo era contribuir para o progresso do evangelho (9:23) e não receber uma contribuição por ser cooperador do evangelho.

O segundo motivo que vemos na atitude de Paulo em não exigir os seus direito aos coríntios, era o seu compromisso com o evangelho.
"Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!" I Co 9:16
Paulo sentia-se obrigado a pregar o evangelho. E não interprete essa obrigação com um sentido negativo. Não associe essa afirmação de Paulo a um filho que se sente obrigado a lavar a louça de casa porque a sua mãe ordenou que fizesse, mesmo contra a sua vontade. Paulo conhecia muito bem a graça de Deus e como ela foi maravilhosa em sua transformação. Ele tinha uma dívida de gratidão (Rm 1:14) para com o evangelho que o salvou e essa dívida deveria ser paga com a pregação da Palavra de Deus. Nós também devemos ter esse mesmo sentimento, afinal de contas a mesma graça que operou em Paulo também operou em cada um de nós! Percebemos que o compromisso de Paulo ia muito além das gratificações que ele poderia receber!

O terceiro motivo de Paulo que podemos identificar era a recompensa do evangelho. Para isso, podemos ver o versículo que inicia esse post.
"Nesse caso, qual o meu galardão? É que, evangelizando, proponha, de graça o evangelho (...)" I Co 9:18
Paulo inicia o versículo 18 com uma pergunta: "Qual o meu galardão?". Vimos que Paulo estava abordando assuntos referentes a contribuição, ou seja, questões financeiras; e sabiamente ele usa a palavra "galardão" - que no grego também pode ser traduzido para a palavra salário ou recompensa - para mostrar aos irmãos a sua motivação em continuar no ministério, apesar de tudo. Parafraseando o v. 18, Paulo diz: "Vocês não estão contribuindo comigo, mas mesmo assim eu tenho um salário. Vocês querem saber qual o meu SALÁRIO?" Ele responde logo em seguida: "É que, evangelizando, proponha, de graça, o evangelho ..." (9:18). Não há nada mais gratificante do que aquela velha sensação de dever cumprido; nada mais gratificante do que saber que está fazendo aquilo que Deus lhe havia ordenado! Era assim que Paulo sentia e isso o motivava a continuar a cooperar com o evangelho. Não era necessário que Paulo recebesse contribuição dos irmãos de Corinto, pois ele já estava sendo muito bem "pago" pelo Senhor!

Nós devemos contribuir com os nossos missionários e pastores. Isso é bíblico! O próprio apóstolo recomenda que "os que pregam o evangelho, que vivam do evangelho" (9:14). E ele mesmo era sustentado por outras igrejas. Entretanto, nesse exemplo, podemos aprender sobre a nossa motivação ao se pregar a Palavra de Deus. Não digo isso apenas para os pastores e missionários, mas para todos que se dizem cristãos!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A Nova Aliança

"Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras." Êxodo 24:8
Nesse ritual, Deus ratifica a sua aliança com o povo de Israel através da instituição da Lei. Moisés é a figura humana usada por Deus para representar essa aliança. Ele é o mediador entre Deus e os israelitas. O sangue do cordeiro aspergido sobre o povo é o símbolo dessa aliança, o acesso que o povo tem a Deus através do sacrifício.
"Porque isso é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muito para a remissão de pecados." Mateus 26:28
A morte de Cristo marca uma nova aliança de Deus com os homens. Jesus é agora a figura humana [e divina] usada por Deus para representar essa aliança. Ele é o mediador entre Deus e todos os homens. O seu sangue derramado na cruz é o símbolo dessa nova aliança, o sacrifício perfeito do cordeiro sem mácula.

Percebe a semelhança? Tanto a velha quanto a nova aliança foram marcadas com o sangue, o sangue do cordeiro! Tudo o que houve com Moisés [e com muitos outros heróis da fé] tinha o único propósito de apontar para a vinda do Messias, o Salvador e Rei de todos os homens. Entretanto, vemos em Cristo um ministério bem mais excelente: o papel da Lei sendo substituído pela maravilhosa GRAÇA!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

"Senhor, por que a Lei?"

É muito fácil criticar algo, especialmente quando não se sabe o seu real sentido. É muito fácil convencer pessoas que têm pouco conhecimento sobre o assunto, com argumentos capciosos. É exatamente isso que acontece quando alguém tenta destruir a imagem de Deus. E muitos deles utilizam até a própria Bíblia [com interpretações erradas] para arriscarem  uma tentativa. Recentemente, vi um post de um grupo ateu no Facebook onde eles faziam insinuações contra a existência de Deus, baseando seus argumentos nas Leis que o próprio Deus instituiu no Velho Testamento para a nação de Israel. Não lembro muito bem, mas eram Leis acerca do tratamento dos israelitas para com escravos, mulheres em situações de adultério, entre outros. As punições para isso eram muito severas, inclusive com a morte. Dessa forma, eles questionavam: "Como um Deus pode instituir algo tão cruel? Como esse Deus pode existir?". Vou tentar argumentar sobre o motivo das Leis e mostrar a natureza grandiosa desse Deus, que parece ser tão difícil de aceitar!

Primeiramente, devemos entender quem é Deus. Ele é o criador de todas as coisas, e inclusive, do homem. Ele é o Todo Poderoso, o Rei dos reis e não há ninguém e nada maior do que Deus.  Entretanto, muitas pessoas, baseadas em seus pensamentos terrenos e finitos, começam a pensar no homem como algo importante, valiosos e necessário para Deus. "Como Deus pode fazer isso comigo? Eu sou humano, Ele tem que me respeitar"! O homem é uma criatura de Deus. Imagine Deus como sendo um oleiro (construtor de vasos) e você, o vaso. "Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?" (Rm 9:20). Será que podemos questionar algo sobre Deus? Temos esse direito, como homens que somos? Claro que não.
Deus instituiu Leis a Israel porque ele tinha um compromisso com a Sua própria glória! Ele queria que o povo louvasse e temesse o seu nome, pois Ele é o SENHOR! Com isso, a Lei serviu como uma forma de provar a devoção do homem a Deus. Podemos ver isso no episódio em que o Senhor proveu o alimento para o Seu povo.
"Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não." Êxodo 16:4
Deus estabeleceu a forma como eles deveriam colher esse maná que descia do céu e eles deveriam obedecer. Dessa forma, ficaria claro quais pessoas realmente obedeceriam a voz de Deus. Ele seria glorificado no cumprimento da Lei, pois todos mostrariam o temor e a devoção ao Senhor nesse ato.

O segundo motivo pelo qual Deus instituiu Leis foi para separar uma nação, uma nação santa. Todas aquelas Leis, apesar de possui aplicações práticas para nós hoje, foram instituídas apenas para a nação de Israel. Deus tinha planos para Israel e era através dessa nação que viria o Salvador de todos, Jesus Cristo.
"Agora, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança (...) vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa." Êxodo 19:5,6
O observância da aliança divina tinha um propósito santo! Eles deveriam cumprir a Lei, tirando o pecado de entre o povo. O que desagradava a Deus deveria ser eliminado, mesmo que através da morte! Lembre-se, Deus tem um compromisso maior com a sua glória do que com o homem! Dessa forma, Israel seria visto entre as nações como uma nação santa, e Deus seria glorificado!

O terceiro motivo da Lei, nós podemos ver no Novo Testamento. Ela serviu para conduzir o povo àquele que iria salvar o mundo, Jesus Cristo.
"De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé." Gálatas 3:24
 Cristo é o ponto final da Lei e é o tema central de toda ela!

A grande questão de tudo está na pessoa de Cristo! Veja bem, o homem não é importante para Deus, não há nada que o homem possa fazer que atraia a atenção de Deus! Deus não seria injusto em eliminar todos os homens da Terra e ele não foi injusto ao criar leis que determinassem a morte de alguns! Entretanto, mesmo sem merecermos nada, Deus no amou e provou isso enviando o seu único filho para nos salvar de nossos pecados (Rm 5:8). Ele nos ama, apesar de muito não crerem nisso!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Buscando Perdidos

"Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido." Lucas 19:10
   Durante o ministério de Cristo, Ele revela em Sua palavra alguns dos motivos pelos quais Ele veio a Terra. Ele veio para "servir e resgatar muitos" (Mc 10:45), veio para "dar vida em abundância" a todo aquele que crer (Jo 10:10), veio também "cumprir a Lei" (Mt 5:17), para ganhar os que estavam sob o regime da Lei. Cristo veio como um soldado, disposto a cumprir as [várias] missões que lhe foram confiadas por intermédio de seu Soberano Sargento, o Deus Todo Poderoso. Dou um destaque especial a uma missão bastante nobre do nosso Senhor Jesus Cristo, registrada pelo discípulo Lucas: ele veio para "buscar o perdido" (Lc 19:10).
   Cristo veio para buscar o que estava perdido. É aquela famosa cena do pastor de ovelhas que anda sempre com uma vara, mostrando e ensinando o caminho em que elas devem andar. A grande diferença é que, no início do ministério de Jesus, todas as ovelhas estavam em situações desesperadoras: muitas estavam enfermas, outras tinham cargas muito pesadas sobre si que não podiam sequer andar, algumas estavam cegas e precisavam de guia. Em suma, todas estavam perdidas e o grande Pastor (Jo 10:11) estava disposto a resgatá-las. 
    Vamos aprender um pouco mais sobre isso através da Palavra de Deus.

- Quem são os perdidos?
   A maioria é levada a acreditar que os perdidos são aquelas pessoas mais necessitadas, que vivem em ruas, mendigando, ou que possuem alguma enfermidade física. Errado. Quando Cristo pronunciou aquela frase destacada no início deste texto, ele estava se referindo a um homem chamado Zaqueu. Veja o que a Bíblia fala sobre ele:
"Eis que um homem chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico (...)" Lucas 19:3
O maioral dos publicanos estava perdido. Agora entende que não tem nada haver com a posição social ou saúde? Na verdade o que importa é a sua posição diante de Deus. "Tanto judeus como gregos" (Rm 3:9), pobres ou ricos, brancos ou negros podem está perdidos diante de Deus.
   A Bíblia nos fala de dois caminhos: um largo e um estreito. O estreito conduz o homem à salvação, enquanto que o largo conduz à PERDIÇÃO (Mt 7:13,14). Os que andam pelo caminho largo são aqueles que não conhecem a Deus, andam por aí satisfazendo os seus próprios prazeres, trocando a glória de Deus pela sua própria glória. Em suma, estão perdidos! Paulo chama essas pessoas de "homem natural" (ICo 2:14), que não tem como conhecer a vontade de Deus para a sua vida. O simples fato de ter nascido de sua mãe já garante a sua perdição, não é preciso fazer nada de mal para considerar-se perdido. O homem já nasce perdido, andando no caminho da perdição.

- Conhecendo os dois caminhos.
   Os que andam no caminho da perdição estão condenados. Estão caminhando para findar no castigo eterno. Eles estão nessa situação por preferirem praticar coisas que procedem de algo que é contrário a Deus. "Porque tudo que há no mundo não procede do Pai" (I Jo 2:16). O mundo é a expressão do que foi proferido por Cristo sobre o caminho largo e representa muito bem a situação dos que andam por ele. "Os desejos da carne, os desejos dos olhos, a soberba da vida" são prioridades a serem satisfeitas por essas pessoas. E são muitas que andam dessa forma (Mt 7:13)! O apóstolo João ainda fala de uma pessoa, um guia, que recebe todo o crédito por conduzir os homens neste mundo: o Maligno (I Jo 5:19). O diabo é o "falso pastor" que leva as ovelhinhas perdidas para o matadouro.
    O nosso papel é convencê-los de que existe um caminho bem mais excelente. É o caminho que procede de Deus! A expressão desse caminho é conhecida como a "vontade de Deus" e o seu fim é uma "vida de comunhão eterna com Ele" (I Jo 2:17). O nosso guia é ninguém menos que o próprio Senhor Jesus, que inclusive ja "venceu o mundo" (Jo 16:33). Ele nos ajuda em nossa caminhada, nos dando forças para suportar os problemas e dificuldades que enfrentamos. Uma vez que estamos trilhando esse caminho, "não devemos está de acordo com o outro caminho (o mundo), mas desejar sempre a boa vontade de Deus" (Rm 12:2).

- Buscando perdidos.
   Cristo ensina como deve ser o nosso comportamento e a nossa dedicação para buscar o perdido. Ele cita uma parábola em Lucas 15:1-10 para explicar, pelo menos, duas verdade que podemos encontrar.
   1) "Qual o pastor que, tendo cem ovelhas, não deixa as noventa e nove no deserto para buscar uma que se perdeu pelo caminho?" (Lc 15:4). Não somos pastores, mas podemos estimar o valor de uma ovelha para aquele homem. Ela é tão preciosa que o pastor está disposto a deixar as ovelhas salvas a sós enquanto ele vai à procura da outra. Cristo quer nos ensinar sobre a nossa prioridade sobre aqueles que estão perdidos. Devemos perceber o valor daquela alma, esquecer um pouco a nossa situação privilegiada e ir em busca do perdido. Olhe o que um grande pregador disse sobre a sua dedicação em evangelizar:
"Prefiro levar um pecador a Cristo que desvencilhar todos os mistérios da Palavra divina". Charles Spurgeon
   2) "Qual a mulher que, se perder uma de suas dez moedas, não acende uma candeia, varre a casa e a procura diligentemente?" (Lc 15:8). A busca pelo perdido não deve ser feita de qualquer jeito. Quando a mulher se propôs a buscar a sua moeda ela primeiro "acendeu a candeia" e "varreu a casa". A Palavra de Deus é a luz para o nosso caminho (Sl 119:105), ela é capaz de nos revelar aqueles que mais necessitam do Salvador. Ela deve ser a nossa candeia na busca pelos perdidos. Só assim seremos capazes de encontrá-los em meio as trevas e convencê-los de sua perdição. Outra consideração preliminar é a sua condição espiritual. Devemos "varrer" os pecados de nossa vida e buscar a purificação que o Senhor Jesus oferece. Dessa forma estamos aptos para, diligentemente, alcançar o perdido.

   Nós, como crentes, devemos imitar a Cristo. Essa é basicamente a essência do cristianismo, inclusive no significado da palavra (cristão = pequeno Cristo). Somos "miniaturas de Cristo", pessoas transformadas pela graça de Deus e lapidadas de um modo que nos identificamos e nos tornamos parecidos com Jesus. Dessa forma "já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim" (Gl 2:20). Analisando bem tudo isso, a missão que estava na responsabilidade de Cristo não recaí também sobre nós? Buscar perdidos. O nosso Mestre quer nos fazer "pescadores de homens", sempre foi esse o seu plano. Vamos atender ao seu chamado.

sábado, 23 de março de 2013

"Chamados para Ser Santos"

A igreja em Corinto estava com problemas. Não era para menos, a cidade vivia em pecado. Claro que ela era conhecida pelo seu pioneirismo no comércio grego - devido a sua localização estratégica (litoral do Mar Mediterrânio), seu pioneirismo cultural - devido a realização dos Jogos Ístmicos (perdia apenas em importância para os Jogos Olímpicos) e seu pioneirismo cívico (cidade mais importante da Grécia). Mas o que tornava a cidade de Corinto conhecida em todo o império Romano era sua perversão sexual. Muitas pessoas se prostituíam como forma de cultuar a seus deuses. Existia um templo da deusa Afrodite com várias prostitutas onde os "fiéis" iriam cultuá-la através da prostituição. A questão é que a igreja de Corinto estava dentro desse contexto, ou melhor, esse contexto estava dentro da igreja! Uma vergonha para o evangelho! Então, o apóstolo Paulo - fundador dessa igreja - resolveu enviar uma carta aos cristão dessa cidade para alertá-los (e ensiná-los) sobre uma vida em santidade. Em ICo 1:2, vamos analisar duas expressões que o apóstolo Paulo utilizou para ensinar os irmão em Corinto.
"À igreja que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos ..." I Coríntios 1:2
- SANTIFICADOS em Cristo Jesus
Paulo não estava se referindo a pessoas sem pecado. Ele conhecia muito bem os seus irmão em Corinto e sabia que eles eram pecadores. Na verdade, a palavra santificados significa separação, separados do pecado. Havia plena comunhão entre Deus e o homem no início de Sua criação, entretanto o homem quebrou esse relacionamento fazendo entrar o pecado no mundo (Rm 5:12) através de sua desobediência. Nessa condição, o homem encontrava-se separado de Deus, pois o pecado faz essa separação (Is 59:2). Mas Deus enviou seu filho Jesus Cristo ao mundo, que edificou uma ponte sobre o abismo que nos separava e trouxe a reconciliação (Rm 5:11) àqueles que aceitam o perdão oferecido por Cristo. Dessa forma, estamos juntos ao nosso Deus e separados do pecado. Quando Paulo refere-se aos santificados, ele está chamando os irmãos de Corinto para assumirem o seu papel de cristão e separarem-se do pecado.

- Chamados para ser SANTOS
Uma vez santificados em Cristo Jesus, os irmão em Corinto têm um chamado: chamado para serem santos! Nos referimos muito ao chamado específico de Deus para o ministério pastoral ou para ser um missionário transcultural, mas esquecemos do chamado que Deus faz a todos os crentes! Deus quer que todos os crentes busquem a santificação. Certo autor disse a seguinte frase:
"O caminho que o leva à salvação é o mesmo caminho que o leva à santificação." Steven Lawson
Jesus Cristo nos oferece a salvação e nos oferece as ferramentas para vivermos em santificação. O próprio Paulo trata esse assunto de uma forma tão séria, que ele se refere  à santificação como um desenvolvimento da salvação (Fl 2:12). Podemos até duvidar da salvação de pessoas que não desejam de modo nenhum viver em santidade, pois esse é o chamado de cada crente!

quinta-feira, 7 de março de 2013

O Verdadeiro Serviço

Algo muito importante para a manutenção e evolução da obra do Senhor dentro da Igreja é o serviço. Sem ele é muito provável que a Igreja enfraqueça e perca completamente a sua força na edificação dos santos e propagação do evangelho àqueles que ainda não conhecem. Mas antes de comentarmos sobre o que a Bíblia nos fala sobre esse assunto, é interessante combatermos alguns conceitos errados que muitas pessoas têm acerca do serviço. "A obra do Senhor deve ser realizada somente pelos líderes da Igreja", muitos dizem. Isso gera uma acomodação muito grande por parte de crentes de hoje. É comum vermos nas Igrejas pessoas que vivem sentadas nos bancos prontas para receber aquela "porção de bençãos" para iniciar a semana de bem com a vida. Veremos o que a Bíblia fala sobre isso. Outras pessoas encaram o serviço na Casa de Deus como um mero cumprimento de ordens: só fazem algo se o pastor o solicitar, caso contrário, não fazem nada. Não é bem assim! Vamos ver o que a Bíblia nos ensina sobre o Verdadeiro Serviço.

1) O serviço se extende a todos os que são de CRISTO
Todos os cristãos são servos de Deus. Para entendermos isso, vamos voltar um pouco na história da nossa vida. Antes de conhecermos a Cristo, estávamos sujeitos a esse mundo perverso. Éramos servos, escravos, e o nosso senhor era o pecado (Rm 6:16). Um grande carrasco que nos afastava de Deus e não permitia de forma nenhuma que buscássemos a Ele. Esse senhor tinha total domínio sobre nossas vidas e fazia com que dedicássemos "servilmente aos rudimentos mundo" (Gl 4:3). Entretanto, Cristo desceu de seu lugar de glória, veio ao mundo como homem, morreu numa cruz por nós e desembainhou a sua espada para nos libertar das cadeias que nos prendiam ao pecado. Agora, uma vez libertos, somos servos dEle, pois fomos comprados por preço (I Co 6:20). Devemos servir-lO com toda a nossa força, buscando agradar o nosso novo Senhor. Dessa forma, todos os que aceitaram o perdão de Cristo são seus servos e devem se comportar como servos, sendo obediente a Sua voz.

2) A motivação do serviço deve ser CRISTO
Uma grande preocupação que existe nas igrejas hoje é o ativismo religioso. Pessoas estão dispostas a sair de suas casas para realizarem grandes obras sociais ou até mesmo para trabalhar em algo dentro da própria igreja. Por que isso é preocupante? Porque a maioria delas não possuem a motivação certa, que é a glória de Deus. "Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor..." (Cl 3:23). Não é porque você está trabalhando na igreja que o "fazer para o Senhor" já está implícito. Muitos trabalham na igreja com as motivações erradas. Cristo deve ser a nossa única motivação, e não o pastor, ou os membros da igreja, ou os visitantes, etc. Ele é o fundamento (ICo 3:10-15) onde nossa obras devem ser construídas, e se alguém vier construir algo fora desse fundamento, que pode aproveitar? Com certeza, Deus não irá nem vê-las. Elas serão destruídas se não estiverem em Cristo. Busque a verdadeira motivação no seu serviço!

3) Nosso serviço deve ser como o de CRISTO
Cristo nos deixou um grande exemplo sobre o serviço a ser seguido. Estou falando do Rei dos Reis, do Senhor dos Senhores, o próprio Deus em forma humana que não levou em conta todos esses fatos e "assumiu a forma de servo" (Fp 2:7). Lembro-me muito sobre o texto de João 13, onde Jesus lava os pés de seus discípulos. Quer exemplo maior do que este? Aprendemos que o serviço deve ser feito com prontidão e com humildade. Cristo não esperou que alguém se levantasse e dissesse: "Estamos sem servos para lavar os pés. Alguém aí se habilita?". Ele simplesmente levantou-se e o fez. Ele também não levou em conta a natureza desse trabalho, que era considerado sujo e realizado apenas pelos servos mais insignificantes. Ele humilhou-se e o fez. E nós não queremos guardar as cadeiras da Igreja! Que tipo de servos nós somos?

Vamos buscar servir em nossas Igrejas com as verdadeiras motivações, assim como Cristo fez, sabendo que todos somos SERVOS!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Verdadeira Paz

"Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração nem se atemorize." João 14:27
Gosto muito desse versículo. Ele sempre esteve em minha memória, pelo fato de compôr a letra de uma canção cristã bem conhecida durante a minha infância. E por esse motivo, esse verso sempre me chamou a atenção. Porém, lendo-o hoje, algo me chamou a atenção, muito mais do que o simples fato de fazer parte de uma música. Estou falando da referência que Cristo faz a paz que o mundo oferece. "Não dou a minha paz como o mundo a dá", Jesus disse. Imediatamente, pensei: "Que paz é essa? Como o mundo em que vivemos pode oferecer algo diferente da violência e da maldade humana?" Exatamente! O mundo não está em paz e foi isso mesmo, creio eu, que Jesus quis dizer. Vejamos alguns textos bíblicos que comprovam esse argumento.

1) O mundo não está em paz.
O mundo não está em paz. Muitas pessoas acreditam que a paz é simplesmente a ausência de guerra - um estado de calma e tranquilidade. [E é exatamente isso!] Entretanto, se cremos que esse é verdadeiramente o conceito mais adequado para PAZ, concluímos que o mundo está bem, na medida do possível. [Correto, mais uma vez!] Mas qual a visão de Deus sobre toda a humanidade? Como está o relacionamento do homem com o seu Criador? Veja bem, podemos até ser enganados, levando-nos a crer que toda a humanidade se encontra em perfeita paz, entretanto estaríamos negando uma verdade bíblica:
"A IRA de Deus se revela do céu contra toda a impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça." Romanos 1:18
 O nosso Deus não está feliz com a humanidade. O homem tem trocado a glória que deveria ser concedida completamente ao SENHOR para satisfazer os seus próprios desejos! Deus não pode suportar esse tipo de comportamento. Imagine que você tem um filho, onde desde o seu nascimento - e até mesmo antes - você tem se esforçado e se preparado muito para educá-lo, ensinando e preparando o caminho em que ele deveria andar. Mas o seu filho torna-se rebelde com o passar do tempo, desonrando completamente o seu nome e experimentando todas as coisas contrárias àquilo que você havia ensinado. Você ficaria conformado com esta situação? Não! Da mesma forma o SENHOR não está satisfeito com a condição do homem. Ele está irado, pois o criou a sua imagem e semelhança e o ensinou o caminho que deveria seguir, porém ele decidiu seguir o seu próprio caminho. Sendo assim, o homem está em guerra com Deus, lutando contra os desejos santos do Pai para a sua própria vida. Não há paz!

2) A justificação nos traz a paz.
A guerra se transforma em paz. A partir do momento em que aceitamos o perdão dos nossos pecados oferecido por Cristo, somos declarados justo, justificados. Nossa vida entra em harmonia com Deus, não andamos mas em divergência em relação à Sua vontade. Nos tornamos "servos da justiça" (Rm 6:18), pois preferimos obedecer aos Seus mandamentos. Isso nos leva a uma grande verdade:
"Justificados, pois, mediante a fé, temos PAZ com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo." Romanos 5:1
Toda aquela incompatibilidade agora já não existe mais. Agora, nós andamos em conformidade com Deus, não estamos mais sob a Sua ira. É interessante ver quão poderoso foi - e continua sendo - o sacrifício de Cristo naquela cruz, ao ponto de fazer tão grande obra na vida do pecador!

O mundo sem Cristo é um mundo em guerra, guerra contra o Deus todo poderoso. A nossa responsabilidade é mostrar o caminho que deve ser trilhado para que esse "acordo de paz" seja assinado!