sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A Sinfonia do Pecado - Parte I


1) O Prelúdio do Pecado - Gn 4:6
Gênesis 4:6, 7 – “Então lhe disse o SENHOR: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o teu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”. 
Em minha igreja, sempre tivemos o costume de iniciar o culto de domingo à noite com um prelúdio; que nada mais é do que um momento em que entoamos um cântico para, então, dar sequência a programação. Entendemos que esse momento é uma oportunidade para os irmãos prepararem os corações e voltarem toda a atenção para o louvor a Deus. Entretanto, não é somente na igreja que percebemos essa “estratégia”. Satanás, de algum modo, entoa um belo prelúdio para entorpecer os nossos corações e concentrar o nosso desejo somente naquilo que desagrada a Deus. Foi isso que aconteceu com Caim.

No fim de uns tempos (v. 3), Caim e seu irmão Abel foram à presença do SENHOR para dedicarem as suas ofertas. Abel trouxe das primícias do seu rebanho (v. 4), enquanto que Caim trouxe do fruto da terra (v. 3). E confesso que era de se esperar; afinal de contas Abel era pastor de ovelhas e Caim era lavrador (v. 2)! Seria muito conveniente para ambos trazerem ofertas ao Senhor daquilo em que tinham mais habilidade. Também acredito que os dois trouxeram os seus melhores manjares. Entretanto, Deus não enxerga dessa forma. Ao entregarem suas ofertas, a Bíblia nos diz que Deus agradou-se de Abel, mas não de Caim. O mais interessante é que o SENHOR viu o coração do ofertante e, por isso, deu o Seu veredito sobre a oferta (vs. 4, 5). Deus agradou-se de Abel e por isso a sua oferta foi agradável, enquanto que a oferta de Caim foi recusada porque o seu coração desagradou a Deus. Por mais bem preparada e perfeita que estivesse, a oferta de Caim não seria aceita. Não se trata do tipo de oferta, e sim da intenção do coração.

É óbvio que Satanás não perdeu tempo. Aproveitando todo esse contexto de reprovação, ele começa a entoar uma música que chega até aos ouvidos de Caim. Soava como uma mistura de ira com inveja que resultava em algo que desfigurava, inclusive, o seu semblante. Isso é um sinal do domínio pelo desejo pecaminoso! Imagine um gato completamente hipnotizado ao contemplar um peixe em um aquário. É assim que o homem fica quando está prestes a pecar. Não quero entrar na discussão se Caim já havia pecado a essa altura – pois Cristo nos diz que a ira contra outra pessoa traz condenação (Mt 5:22). A grande questão é que Caim estava dominado pelo desejo de pecar, e parece não existir outra opção senão o pecado! É semelhante à história de Eva, quando contemplava o fruto proibido (Gn 3:6); ou de Davi, enquanto espiava Bate-Seba (II Sm 11:3). Todos eles cantavam, em coro, enquanto o diabo regia!

Quando estamos nessa situação, parece que Deus é apagado da nossa memória! Não nos lembramos das Suas maravilhas, bênçãos e atributos divinos que nos ajudam a viver em comunhão com Ele. Muitas vezes, não conseguimos lembrar nem de um versículo que poderia nos afastar da situação de perigo! Caim conhecia muito bem a Deus, pois provavelmente Adão o teria instruído sobre tudo. Com certeza Caim sabia sobre o pecado, e que era algo que desagradava a Deus. Ele poderia muito bem ter chegado a Deus e pedido ajuda; mas não! Foi necessário o próprio Deus intervir para tentar convencê-lo sobre a destruição que o seu pecado poderia causar [iremos falar mais a frente sobre isso]. O simples conhecimento de Deus não livrou Caim de cair em pecado! O verdadeiro conhecimento de Deus é regado com o temor a Ele. “Então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus” (Pv 2:5). Caim não temia a Deus, por isso pecou.


Aplicação: Se você não teme verdadeiramente a Deus, também irá pecar. O pecado é algo que nos faz regredir em nossa caminha cristã. Pense bem: nós, antes de aceitarmos a Cristo, vivíamos dominados pelo pecado. Obedecíamos as suas paixões e estávamos servilmente sujeitos à sua vontade (Gl 4:3); e por isso, o príncipe da potestade do ar era o nosso regente (Ef 2:2). Quando aceitamos a Jesus, somos libertos do domínio do pecado (Rm 8:2) e o nosso regente passa a ser o nosso Deus (Gl 4:7). Somos chamados de Seus filhos! Sabendo disso tudo, quando nos encontramos em uma situação de um aparente domínio pelo pecado, é como se regredíssemos para um estágio completamente afastado de Deus; aquele estágio de perdição! Quando o pecado bater a porta, como fez com Caim (Gn 4:7), devemos nos apegar a Deus, e não esquecer as suas maravilhas! Devemos nos manter surdos ao prelúdio tocado por Satanás!

Um comentário:

  1. Deus seja louvado!!! Que alerta acerca da tentação...Não deixemos que a tentação seja consumada gerando o pecado.....
    Deus o abençoe em seus estudos na Palavra da Verdade.

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