quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Graça de Pregar, de Graça, o Evangelho!

"Nesse caso, qual o meu galardão? É que, evangelizando, proponha, de graça o evangelho (...)" I Coríntios 9:18
Paulo estava passando por uma situação difícil para com os irmãos em Corinto. No início do capítulo 9, vemos o apóstolo argumentando sobre o seu ministério e os bons resultados que ele teve com os corintios. Paulo levou o evangelho àquela cidade e colheu muitos frutos para o Senhor (9:1). Entretanto, parece que isso não foi suficiente para que o coração dos irmãos em Corinto se movesse para contribuir com o ministério de Paulo. Com isso, o apóstolo argumenta biblicamente (9:9,13) que todos o que vivem do ministério devem ser sustentados pelo ministério, não exigindo dos irmãos em Corinto que esse direito fosse aplicado a ele mesmo (9:15). Paulo estava "pregando de graça" àqueles irmãos, e ele tinha bons motivos para isso. Vamos analisar, através da vida de Paulo, a graça de pregar o Evangelho de Cristo!

O primeiro motivo pelo qual Paulo não exigia dos irmãos que contribuíssem em seu ministério era a sua preocupação com o progresso do evangelho.
"Entretanto, não usamos desse direito; antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao evangelho de Cristo" I Co 9:12b
Paulo sabia que se ele condicionasse a sua pregação somente na presença de uma contribuição, o evangelho seria impedido de progredir. A Paulo foi confiado o ministério de levar o evangelho até aos confins da Terra. Imagine se ele cobrasse um cachê para cada viagem que ele fosse fazer? Provavelmente não haveria contribuição, as viagens não aconteceriam e o evangelho não chegaria aonde chegou. Em II Co 11 vemos uma lista de dificuldades que o apóstolo encontrou em seu ministério. Será que uma simples falta de contribuição seria suficiente para intimidar o apóstolo a continuar a sua jornada? O desejo de Paulo era contribuir para o progresso do evangelho (9:23) e não receber uma contribuição por ser cooperador do evangelho.

O segundo motivo que vemos na atitude de Paulo em não exigir os seus direito aos coríntios, era o seu compromisso com o evangelho.
"Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!" I Co 9:16
Paulo sentia-se obrigado a pregar o evangelho. E não interprete essa obrigação com um sentido negativo. Não associe essa afirmação de Paulo a um filho que se sente obrigado a lavar a louça de casa porque a sua mãe ordenou que fizesse, mesmo contra a sua vontade. Paulo conhecia muito bem a graça de Deus e como ela foi maravilhosa em sua transformação. Ele tinha uma dívida de gratidão (Rm 1:14) para com o evangelho que o salvou e essa dívida deveria ser paga com a pregação da Palavra de Deus. Nós também devemos ter esse mesmo sentimento, afinal de contas a mesma graça que operou em Paulo também operou em cada um de nós! Percebemos que o compromisso de Paulo ia muito além das gratificações que ele poderia receber!

O terceiro motivo de Paulo que podemos identificar era a recompensa do evangelho. Para isso, podemos ver o versículo que inicia esse post.
"Nesse caso, qual o meu galardão? É que, evangelizando, proponha, de graça o evangelho (...)" I Co 9:18
Paulo inicia o versículo 18 com uma pergunta: "Qual o meu galardão?". Vimos que Paulo estava abordando assuntos referentes a contribuição, ou seja, questões financeiras; e sabiamente ele usa a palavra "galardão" - que no grego também pode ser traduzido para a palavra salário ou recompensa - para mostrar aos irmãos a sua motivação em continuar no ministério, apesar de tudo. Parafraseando o v. 18, Paulo diz: "Vocês não estão contribuindo comigo, mas mesmo assim eu tenho um salário. Vocês querem saber qual o meu SALÁRIO?" Ele responde logo em seguida: "É que, evangelizando, proponha, de graça, o evangelho ..." (9:18). Não há nada mais gratificante do que aquela velha sensação de dever cumprido; nada mais gratificante do que saber que está fazendo aquilo que Deus lhe havia ordenado! Era assim que Paulo sentia e isso o motivava a continuar a cooperar com o evangelho. Não era necessário que Paulo recebesse contribuição dos irmãos de Corinto, pois ele já estava sendo muito bem "pago" pelo Senhor!

Nós devemos contribuir com os nossos missionários e pastores. Isso é bíblico! O próprio apóstolo recomenda que "os que pregam o evangelho, que vivam do evangelho" (9:14). E ele mesmo era sustentado por outras igrejas. Entretanto, nesse exemplo, podemos aprender sobre a nossa motivação ao se pregar a Palavra de Deus. Não digo isso apenas para os pastores e missionários, mas para todos que se dizem cristãos!